Matéria de Keneth Borges e Daniella Dutra. (Toda a abordagem gramatical utilizada na matéria é de responsabilidade das repórteres, e não da produção do PG)
O começo dessa história, há nove anos, aconteceu em uma borracharia do Bairro Caieira, em Sabará, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando foi criada ali, entre graxa, pneus e parafusetas, uma biblioteca. Há um ano e meio, foi inaugurada a quarta unidade da 'Borrachalioteca', mas em um ambiente totalmente diferente do original: o Presídio Municipal de Sabará. E, mais recentemente, em função disso, o estabelecimento prisional passou a alfabetizar a aperfeiçoar a leitura dos presos.
A ideia de levar a leitura, por meio de uma unidade da 'Borrachalioteca', à pessoas que não podem ir até ela, surgiu por intermédio de uma conversa entre o diretor geral do presídio José Romero da Cunha com Marco Túlio Damascena, responsável pela ideia de criar bibliotecas em espaços inusitados em Sabará, como a borracharia. "Quando ele foi levar a viatura para alguns reparos na borracharia, o diretor Romero me solicitou alguns livros, mas em resposta eu disse, vamos criar uma biblioteca no presídio", relembra Túlio. Então desde janeiro de 2010, foi inaugurado o Projeto Libertação pela Leitura.
Atualmente, o espaço já conta com um acervo de mil livros, além de revistas de vários gêneros, disponíveis para os detentos. Junto com o incentivo à leitura, no entanto, houve a necessidade de alfabetização. Por isso, em fevereiro deste ano, com o apoio da Secretaria de Defesa Social e a Escola Estadual Maria Elizabeth Viana localiza no bairro Santo Antônio de Roça Grande em Sabará, está sendo desenvolvido o Projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Dessa forma, são oferecidas aulas regulares dentro do presídio, de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e tarde, da 1ª a 8ª série para os reclusos. De acordo com o diretor do presídio, o objetivo do projeto é trazer melhorias para os detentos, pois quando libertos, poderão dar continuidade aos estudos.
A psicóloga Raquel Nascimento da Silva trabalha há um ano e meio no presídio e coordena o Projeto Libertação pela Leitura, ela afirma que alguns estão em fase de alfabetização e os outros mais avançados na leitura gostam de pegar livros da biblioteca, os mais emprestados são a Bíblia e os de auto-ajuda. "Depois que veio o projeto eles estão bem calmos, sem dúvida", comenta.
Um dos presidiários, que não pode ser identificado, está recluso há um ano e meio e junto com a psicóloga, é voluntário na biblioteca. Ele ajuda na catalogação e leva a lista nas celas. "Eu gosto de ler, é importante, indico até para os presos do albergue" (regime semi-aberto), revela. "Meus autores favoritos são Pablo Neruda, Jorge Amado e Paulo Coelho", acrescenta.
A ideia de levar a leitura, por meio de uma unidade da 'Borrachalioteca', à pessoas que não podem ir até ela, surgiu por intermédio de uma conversa entre o diretor geral do presídio José Romero da Cunha com Marco Túlio Damascena, responsável pela ideia de criar bibliotecas em espaços inusitados em Sabará, como a borracharia. "Quando ele foi levar a viatura para alguns reparos na borracharia, o diretor Romero me solicitou alguns livros, mas em resposta eu disse, vamos criar uma biblioteca no presídio", relembra Túlio. Então desde janeiro de 2010, foi inaugurado o Projeto Libertação pela Leitura.
Atualmente, o espaço já conta com um acervo de mil livros, além de revistas de vários gêneros, disponíveis para os detentos. Junto com o incentivo à leitura, no entanto, houve a necessidade de alfabetização. Por isso, em fevereiro deste ano, com o apoio da Secretaria de Defesa Social e a Escola Estadual Maria Elizabeth Viana localiza no bairro Santo Antônio de Roça Grande em Sabará, está sendo desenvolvido o Projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Dessa forma, são oferecidas aulas regulares dentro do presídio, de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e tarde, da 1ª a 8ª série para os reclusos. De acordo com o diretor do presídio, o objetivo do projeto é trazer melhorias para os detentos, pois quando libertos, poderão dar continuidade aos estudos.
A psicóloga Raquel Nascimento da Silva trabalha há um ano e meio no presídio e coordena o Projeto Libertação pela Leitura, ela afirma que alguns estão em fase de alfabetização e os outros mais avançados na leitura gostam de pegar livros da biblioteca, os mais emprestados são a Bíblia e os de auto-ajuda. "Depois que veio o projeto eles estão bem calmos, sem dúvida", comenta.
Um dos presidiários, que não pode ser identificado, está recluso há um ano e meio e junto com a psicóloga, é voluntário na biblioteca. Ele ajuda na catalogação e leva a lista nas celas. "Eu gosto de ler, é importante, indico até para os presos do albergue" (regime semi-aberto), revela. "Meus autores favoritos são Pablo Neruda, Jorge Amado e Paulo Coelho", acrescenta.
Início O projeto da 'Borrachalioteca' nasceu em 2002, quando Marco Túlio decidiu trabalhar ao lado de seu pai, o borrracheiro Joaquim Escolástico Damascena. Por ser apaixonado pela literatura Marco Túlio pensou em colocar livros para os frequentadores da borracharia, e pediu doações para a Biblioteca Pública de Sabará.
"Fui a Biblioteca Pública e pedi alguns livros, doaram setenta, dos quais foram a semente da Borrachalioteca", comenta Marco Túlio. A partir daí, a comunidade começou a frequentar a borracharia, principalmente para apreciar a leitura, e os pneus perderam espaço para os livros. As doações aumentaram de 70 para 500 livros só nos primeiros três anos. "Os próprios fregueses eram os doadores", lembra.
Hoje, o projeto é denominado, Instituto Cultural Aníbal Machado, e possui quatro unidades da Borrachalioteca na região de Sabará. A principal sede é a da borracharia, com um acervo de 10 mil títulos. Outras duas estão localizadas na Sala Son Salvador, 5 mil obras; e na Casa das Artes, com 2 mil livros infanto-juvenis e 1 mil cordéis. A quarta unidade é a do Presídio Municipal de Sabará.
Hipermarco por Enrico Bruno e Guilherme Amâncio
"Fui a Biblioteca Pública e pedi alguns livros, doaram setenta, dos quais foram a semente da Borrachalioteca", comenta Marco Túlio. A partir daí, a comunidade começou a frequentar a borracharia, principalmente para apreciar a leitura, e os pneus perderam espaço para os livros. As doações aumentaram de 70 para 500 livros só nos primeiros três anos. "Os próprios fregueses eram os doadores", lembra.
Hoje, o projeto é denominado, Instituto Cultural Aníbal Machado, e possui quatro unidades da Borrachalioteca na região de Sabará. A principal sede é a da borracharia, com um acervo de 10 mil títulos. Outras duas estão localizadas na Sala Son Salvador, 5 mil obras; e na Casa das Artes, com 2 mil livros infanto-juvenis e 1 mil cordéis. A quarta unidade é a do Presídio Municipal de Sabará.
Hipermarco por Enrico Bruno e Guilherme Amâncio
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